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Trabalho remoto e híbrido: da preferência às necessidades da empresa e do colaborador

Apesar de o trabalho remoto ter se popularizado, especialmente durante o pico da pandemia de covid-19, dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que boa parte das empresas já retomaram o regime presencial. Em 2022, apenas 12% dos profissionais estavam totalmente em home office no Brasil e, no mundo todo, 44% das empresas declararam não adotar o trabalho remoto e nenhuma medida.

Isso não quer dizer, contudo, que o trabalho totalmente presencial já seja a preferência das organizações e dos profissionais e, portanto, uma tendência para os próximos anos. É preciso analisar a realidade das empresas hoje e a forma como cada profissional se adapta aos diferentes regimes de trabalho.

Trabalho remoto cede lugar ao regime híbrido

Enquanto as empresas de tecnologia já estavam se adaptando ao modelo home office e só intensificaram o regime na pandemia, empresas de outros setores tiveram que se adaptar de maneira abrupta. “Por conta dessa adaptação necessária, as empresas começaram a ver um aspecto positivo no modelo home office, principalmente relacionado a custos.  E isso fez com que, após a estabilização dos casos de covid-19 e do aumento no número de vacinas, grande parte optasse pelo modelo híbrido, no qual é mantida a redução de custos sem perder contato próximo com os colaboradores”, destaca Fábio Nogueira, diretor da Wyser e da Grafton, unidades de negócio de recrutamento e seleção de executivos e profissionais especializados, da Gi Group Holding.

Ou seja, mesmo que o trabalho remoto, ou o trabalho de qualquer lugar (“anywhere office”) tenha perdido espaço nas empresas, o regime híbrido entra em cena, com apenas alguns dias de trabalho presencial. Segundo uma pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), cerca de 63% dos gerentes e 74% dos trabalhadores fizeram uma avaliação geral positiva da experiência de teletrabalho durante a pandemia, e a maioria deles gostaria de continuar trabalhando remotamente no futuro. “Outro levantamento, realizado pelo Gartner, mostra que 95% dos líderes de RH concordam que pelo menos alguns dos colaboradores continuarão trabalhando remotamente de 2022 para frente. É uma tendência que dificilmente vai se reverter”, afirma Fábio Nogueira.

Home office, individualidade e cultura

“Quando falamos de algumas funções específicas, pensando em profissionais executivos, muitos deles perceberam que é possível equilibrar vida profissional e pessoal com o home office, estando mais próximo da família, fazendo um número menor de viagens corporativas e reuniões virtuais, por exemplo. Muitos executivos, quando não encontram a possibilidade do trabalho híbrido, decidem não continuar na empresa, justamente pelo ganho de qualidade de vida que houve com o home office”, diz o executivo.

Especialmente os profissionais da tecnologia, que antes mesmo da popularização do trabalho remoto, já tinham a possibilidade de optar por empresas que ofereciam o modelo, ou mesmo por empresas estrangeiras que contratavam funcionários de outros países no regime home office, apresentam a preferência por esse modo de trabalho. “No começo de 2022, uma pesquisa da Microsoft revelou que 58% dos brasileiros que estavam em trabalho presencial gostariam de mudar para o regime híbrido ou totalmente remoto ainda em 2022, e 51% dos que já estavam no trabalho híbrido gostariam de mudar para o home office”, acrescenta Nogueira.

Mas, apesar de a preferência pelo trabalho remoto existir, há também o contrário, ou seja, o colaborador que não se adaptou ao modelo e prefere ir diariamente à empresa. Ao mesmo tempo em que algumas pessoas preferem trabalhar de casa para evitar as distrações do escritório, há outras que não conseguem se concentrar de casa por causa dos serviços concomitantes, como cuidar dos filhos, dos serviços domésticos ou mesmo não ter um espaço adequado para o trabalho.

Para que haja o match entre colaborador e empresa, é fundamental entender as necessidades e os objetivos da empresa e se é possível oferecer ao profissional o modelo que mais se adapte ao seu estilo de trabalho. Do lado do trabalhador, é importante compreender em qual fase profissional se está, suas preferências no momento e como o regime de trabalho pode interferir na carreira. “Performance depende de vários aspectos, mas principalmente do profissional e de como o gestor faz o acompanhamento. Existe, então, uma necessidade de desenvolvimento de algumas capacidades. Com o home office, o gestor fornece o empoderamento para a equipe, é um trabalho de confiança. E, para o colaborador, de autogestão, de disciplina para organizar a agenda e conseguir equilibrar funções domésticas com as funções do trabalho”, explica o diretor.

Como as empresas podem se adaptar ao trabalho remoto?

Há mercados mais propensos ao trabalho remoto, como a área de tecnologia, bem como as empresas nativas digitais, que também tendem a adotar mais facilmente o modelo híbrido ou home office. Empresas mais tradicionais, contudo, precisam de um processo de adaptação para estabelecer processos que permitam manter uma boa comunicação entre os colaboradores e fortalecer a cultura organizacional mesmo com a distância. “O trabalho híbrido ou home office permite uma redução de custos, mas depende de cada empresa converter essa economia em benefício da remuneração do colaborador”, completa Nogueira.

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Por:

Gi Group Holding

Publicado em: 16 Agosto 2023

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